Mutilator

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SOURCE – Em 2017 Immortal Force completa trinta anos de seu primeiro lançamento. Você poderia nos contar como foi feita a produção desse álbum considerando os recursos técnicos da época?

Ricardo Neves (Bass) – Verdade, já se passaram 30 anos. Olha, naquela época era tudo muito amador, a gente fazia das tripas o coração para produzir alguma coisa bacana. As bandas faziam um som muito legal, matador, mas os recursos de equipamentos, técnicos de estúdio não condiziam com a qualidade das bandas. Não era fácil, mas a gente tentou registrar o nosso som da melhor maneira possível, afinal, como já falei antes, estávamos nos anos 80, o Brasil estava e ainda esta muito atrasado em relação ao que se rolava no exterior, e isso refletia na produção dos discos não somente do MUTILATOR, mas nas demais bandas, mas talvez essa falta de recursos e a imposição da gente ter que se superar e que gerou álbuns tão marcantes.

SOURCE – Ainda hoje Immortal Force é tido como um dos melhores álbuns lançados no Brasil em seu estilo de musica, contando com (re)lançamentos em vários formatos. Você tem a dimensão da importancia que o álbum tem para o cenário nacional do gênero?

Ricardo Neves (Bass) – Hoje sim. Antes da Internet, do facebook e demais redes sociais NÃO, afinal ficávamos afastados do mundo. Mas após a Internet, a globalização e que eu tive a oportunidade de ver e saber o quando esse disco foi e ainda e marcante para cena metal de todo mundo. Fico muito feliz e orgulhoso de ter participado de tudo isso. Muita gratidão.

SOURCE – A Grey Haze Records é uma gravadora americana que tem reacendido a cena mineira da década de oitenta realizando vários lançamentos, inclusive disponibilizando Immortal Force para a comunidade internacional. Como você avalia esse sentimento de saudosismo daquele cenário tão visceral de trinta anos atrás?

Ricardo Neves (Bass) – Acho fundamental. A cena era muito forte e criativa, ainda bem que temos esses relançamentos, dessa maneira o metal não vai morrer. Parabenizo a todas gravadoras que tiveram essa visão.

SOURCE – Após a receptividade da Warfare Noise I, o lançamento de Immortal Force demonstrou que o Mutilator tinha um potencial a ser desenvolvido. Qual foi o motivo da saída de vocês, Ricardo e Rodrigo Neves do grupo?

Ricardo Neves (Bass) – Eu tive um insuficiência renal que me limitou de muitas coisas, inclusive tocar por um tempo. Estávamos nos anos 80, a medicina não era tão evoluída como hoje, o problema de saúde que eu tive, se fosse nos dias atuais, eu levaria vida normal, mas naquela época as coisas eram muito deficitárias e custou me a saída da banda. O Rodrigo acabou me acompanhando, creio que para ser solidário a minha pessoa.

SOURCE – Após a sua saída, você acompanhou o desenvolvimento musical da banda? Qual a sua opinião sobre o álbum Into the Strange?

Ricardo Neves (Bass) – Para ser muito sincero, sem hipocrisia, eu não acompanhei. Hoje eu conheço e ouço o Into The Strange, mas naquela época não.

SOURCE – A coletânea Warfare Noise impulsionou o cenário musical mineiro com o lançamento de várias bandas no cenário. Atualmente, qual avaliação que você faria cenário mineiro?

Ricardo Neves (Bass) – Tem muitas bandas novas muito boas, a cena se renova, sem contar que bandas lendárias estão voltando a ativa, posso citar o OVERDOSE que eu adoro, o KAMIKAZE e por ai vai. Sinto falta e de espaços para shows, nos anos 80 tínhamos muito mais, e olha que era uma época muito mais difícil.

SOURCE – A coletânea Warfare Noise foi extinta em sua terceira edição. Se fosse para você indicar quatro novas bandas mineiras para compor a quarta edição da coletânea, quais bandas você indicaria?

Ricardo Neves Costa (Bass) – Nossa… pergunta muito difícil, tem muitas bandas boas, algumas ao vivo não tem a mesma performance de demos que eu já ouvi, acho que para colocar em estúdio e lançar teria que fazer uma análise mais profunda.

SOURCE – Há muito material da banda disponíveis na Internet. Há algum projeto em reunir essas informações em um documentário ou site para preservar essas informações relacionadas a banda? Existe alguma previsão de realização de evento para divulgar os trinta anos de lançamento de Immortal Force?

Ricardo Neves (Bass) – Olha, se alguém me procurasse com um projeto desses, com certeza teria todo o meu apoio, mas na verdade nunca vi o interesse de ninguém para fazer alguma coisa tipo documentário. Eu lhe garanto, se me procurasse eu iria apoiar integralmente, afinal, seria legal deixar essa história para novas gerações do metal. Quanto aos 30 anos do Immortal Force, também não fui procurado pela cogumelo e nem por nenhum outro selo. Talvez alguma revista tipo a ROADIE CREW se lembre da data, seria legal, afinal foi um disco que marcou toda uma geração de head bangers.

SOURCE – Com a morte do Alexander Magoo e dissolução da banda, quem cuida dos interesses fonográficos do grupo, considerando que há vários (re)lançamentos da banda no mercado realizados pela Cogumelo Records?

Ricardo Neves (Bass) – Tudo relacionado a banda é comigo, o Rodrigo e o Sílvio, temos um bom relacionamento, e quando temos que resolver alguma questão sempre resolvemos da melhor maneira possível e com muita maturidade e profissionalismo.

SOURCE – Espaço aberto para considerações finais.

Ricardo Neves (Bass) – Agradeço de coração a você Falber Teles pela oportunidade, e agradeço de coração a todos os Bangers do Brasil e do mundo pelo apoio constante ao MUTILATOR, vocês são FODA!

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