The Southern Blacklist

The Southern Blacklist

SOURCE – O The Southern Blacklist está sendo rotulado como a nova banda do ex-Sepultura Jairo Guedez. Mas pelo que observei no vídeo “We Shall Rise” vocês são bem mais que isso. O que você poderia falar sobre como o The Southern Blacklist foi formado?

Jairo Guedz (Guitarra) – Obrigado por observar e compartilhar esse seu ponto de vista meu velho… eu sei que não é a melhor forma de se apresentar uma banda, mas de um jeito ou de outro o fato de citar meu nome como ex-Sepultura já explica muita coisa sobre a banda, como estilo, etc.

O TSB foi criado em 2014, e desde o início desse ano estamos trabalhando em músicas para produção de um álbum. Eu estava muito afastado do cenário da música autoral, tocando muito apenas com minha banda cover de Metallica, e o Guilherme (Cyhad) foi o responsável pela minha volta à esse submundo. Quando eu descobri que o Wallace Parreiras (Eminence) estava disposto a tocar também e seria nosso vocalista, a coisa fluiu de forma muito mais tranquila e eu depositei toda minha confiança nesse grupo.

SOURCE – O The Southern Blacklist tem um compartilhamento de membros com várias bandas como Eminence, Cyhad e Dilúvio. Podemos dizer que o The Southern Blacklist trata-se de um projeto ou de uma banda?

Jairo Guedz (Guitarra) – O TSB é uma banda, não é um projeto. Nenhum de seus membros tocam mais nessas outras bandas (Eminence, Cyhad e Diluvio). Hoje, só o nosso batera (Xandrin) tem uma segunda banda (Tianastácia). A idéia é funcionar como uma banda em todos os sentidos; da composição até as turnês.

SOURCE – Como foi a produção de “We Shall Rise”?

Jairo Guedz (Guitarra) – A música foi gravada em menos de duas semanas, foi nossa primeira música juntos e logo que ficou pronta o diretor do videoclip (Bruno Paraguay – também atual vocalista do Eminence) já se dispôs a produzir e escrever o vídeo. Foi muito rápido essa decisão de apresentar a banda já com música e videoclip, mas aproveitamos o momento de cada um e disponibilidade também. O Bruno é um excelente diretor, sabia desde o início como seria cada cena, cortes, edição, luz, tudo… ele conhece nossa música mais do que nós mesmos e é fã assumido do TSB. Foi uma grande experiência pra todos nós.

SOURCE – Com pouco mais de um mês de lançamento do vídeo “We Shall Rise”, o que podemos esperar mais do The Southern Blacklist?

Jairo Guedz (Guitarra) – Estamos na fase de composição do álbum, já temos umas cinco músicas além da We Shall Rise e esperamos terminar essa pré produção até agosto/setembro para começar os trabalhos do álbum. Além disso, acho que a banda já começa a se apresentar ao vivo no segundo semestre.

SOURCE – Após a sua saída do Sepultura, você participou de bandas como The Mist e Eminence. O que faz The Southern Blacklist ser diferente?

Jairo Guedz (Guitarra) – Cada banda funciona, trabalha e cria inter relações bem diferentes… não há como comparar ou traçar paralelos entre essas relações. O TSB é aquela banda onde quase todos já têm experiência, têm uma certa bagagem no mercado da música, uns menos, outros mais…

O SEPULTURA era totalmente o oposto, um grupo de garotos metaleiros que estavam se lixando pro mundo e absorvendo toda e qualquer experiência possivel, correndo riscos do inicio ao fim, mas por outro lado era uma banda absolutamente sem “vícios” de mercado ou de influências… No nosso grupo hoje todos têm plena consciência de que esse mercado não é fácil, de que cada um tem seu papel na realização desse trabalho e de que ninguém quer ou pode perder tempo. Isso é bom… desgasta menos e evita desperdícios.

Com o THE MIST eu aprendi muito sobre composição, sobre métrica, sobre a poesia da música e a importância de juntar tudo isso de forma profissional, artística… tenho muito orgulho desses trabalhos com o THE MIST.

O EMINENCE já foi a banda que me ensinou muito sobre o lado mercadológico da música, sobre contratos, viagens, turnês, direitos-autorais… tudo isso junto tem muito valor na minha formação.

SOURCE – Atualmente, como está a renovação de bandas da cena mineira?

Jairo Guedz (Guitarra) – Algumas bandas ainda sobrevivem ao tempo e fazem excelentes trabalhos, outras nem tanto… mas tenho visto boas bandas surgindo no cenário também, é uma questão de tempo para que elas adquiram a experiência e a humildade necessária para trilhar um caminho profissional e interessante. Eu tenho mais contato e escuto mais bandas das últimas décadas como Torture Squad (que acho muito foda), Hatefullmurder, Project46, Mysteriis entre outras… uma de minhas preferidas é o PÁTRIA do Sul.

SOURCE – Como estão os preparativos para o primeiro álbum do The Southern Blacklist?

Jairo Guedz (Guitarra) – Estamos compondo o material com uma certa rapidez, temos cinco ou seis prontas para gravar… vamos definir onde e com quem faremos esse trabalho até o meio desse ano, para depois, no segundo semestre entrar pro estúdio e terminar tudo. Ainda não pensamos em título ou capa ou quantidade de músicas pra esse primeiro trabalho… nossa idéia é deixar fluir isso de forma tranquila, natural. O Caio Ribeiro nosso guitarrista é o cara que geralmente nos trás as idéias iniciais e a partir daí formamos as ideias e finalizamos o trampo.

SOURCE – Considerando sua experiência. É mais fácil formar uma banda na década de oitenta ou nos dias atuais?

Jairo Guedz (Guitarra) – Fácil sempre foi… (risos) difícil é manter isso… hoje até o line-up das bandas muda com muita facilidade… estilo. Claro que é mais fácil gravar um disco hoje, na década de 80 isso era quase impossível, não fosse pelo suporte de gravadoras independentes como a Cogumelo Recs por exemplo, estaríamos na pré-história do heavy metal em Minas até hoje.

Mas acho que falta compromisso… tudo ficou tão simples e tão descartável que beira o ridículo. Uma vez fui obrigado à ouvir algo tão ridículo de um membro de uma banda que toquei – “Ninguém é insubstituível Jairo… ninguém! Se fizer alguma merda aqui dentro, troco a pessoa e pronto. Todo mundo pode ser substituído!” Depois disso, num precisa falar nada. Tratar pessoas, membros de um grupo em comum, sócios, amigos de um mesmo projeto, como se fossem “peças de um carro”? kkkkkkkk Sem comentários ! Tô muito velho pra esse tipo de coisa!

SOURCE – Alguma perspectiva de shows pelo Brasil?

Jairo Guedz (Guitarra) – Ainda é cedo demais pro TSB pensar nisso. A idéia é fazer sim alguma apresentação da banda ao vivo assim que tiver um setlist interessante, abrindo pra alguma banda, aqui mesmo ou fora.

SOURCE – Algo mais a ser acrescentado?

Jairo Guedez (Guitarra) – Quero agradecer a força de todos, os diversos comentários que foram feitos sobre nosso debut vídeo e nosso som, incluindo as crítica mais negativas, as positivas, todas… é importante saber e conhecer a visão de todos e saber entendê-la, compreendê-la e respeitá-la. Sem radicalismos, com respeito e humildade sempre. Grande abraço a todos e aguardem notícias e novidades do THE SOUTHERN BLACKLIST.

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