Vladimir Korg

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SOURCE – Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pela performance em Destroy! Destroy! Destroy! do Chakal. Qual foi o motivo dessa sua segunda saída da banda?

Vladimir Korg (Vocals) – Obrigado. Apenas desgaste natural. Desconectamos e já não estávamos funcionando mais juntos. O Chakal faz um grande trabalho e sabem muito bem como se reformatar. Eles sempre fizeram isso durante a sua história. A volta do Laranja para os vocais traz renovação para novas idéias e acredito que deverá ser um trabalho bastante interessante.

SOURCE – Destroy! Destroy! Destroy! foi um dos melhores álbuns lançados recente pela cena mineira. Atualmente quais bandas você destacaria no cenário [mineiro] atual?

Vladimir Korg (Vocals) – O cenário mineiro eu não tenho muito conhecimento, pois Minas Gerais é um estado muito grande. Em Belo Horizonte, acredito estar precisando de uma renovação urgente. BH está precisando de bandas novas, com garotos tocando. Sei que tem uma cena interessante de Grindcore e uma cena periférica de bandas de Black Metal. A banda com mais projeção é sem dúvida a Eminence. No mais, algumas bandas antigas estão ensaiando e algumas como o Holocausto e Sexthrash fizeram alguns shows fora do país.

SOURCE – As coletâneas Warfare Noise foram uma grande forma de apresentar bandas iniciantes ao cenário, seguidos de lançamentos de relativo sucesso. Atualmente como você avalia as tres versões da Warfare Noise?

Vladimir Korg (Vocals) – Foi uma vitrine boa para as bandas que estavam se destacando na época. Uma oportunidade para elas gravarem e mostrarem sua cara. Algumas fizeram grandes álbuns, como Chakal, Mutilator, Witchhammmer, Holocausto e é claro o Sarcófago que virou referência mundial dentro do estilo deles.

SOURCE – A gravadora Greyhaze Records irá lançar em fevereiro de 2017 Phantasmagoria nos Estados Unidos e Europa. Como você tem acompanhado esse lançamento?

Vladimir Korg (Vocals) – Tenho acompanhado não tão de perto como deveria, mas com curiosidade. Foi um grande álbum e que agora está sendo redescoberto. Acho que vai ser bom para a memória da cena de Metal de Belo Horizonte e não será só o The Mist, outras também terão seus trabalhos divulgados fora do Brasil por essa distribuidora.

SOURCE – Na época do lançamento do Phantasmagoria a gravadora Music For Nations mostrou interesse em lançar o disco no exterior. Qual foi o motivo da não concretização desse projeto?

Vladimir Korg (Vocals) – Nessa época ainda não tinha um interesse da MFN. O interesse veio depois do The Hangman Tree. Tínhamos um contrato com a Cogumelo pelo que me lembro tinha um interesse da MFN gravar nosso próximo disco. Havia aquele estado de “Não assinem nada!” por um Alemão que estava fazendo uma intermediação entre a banda a MFN e a Cogumelo. Lembro que tinha um direcionamento em assinar um contrato direto com a MFN. Eu não estava muito por dentro do caso. Nessa época eu não estava me envolvendo com isso. Mas havia sim uma grande pressão na banda para assinatura de um contrato com a MFN e o fim do contrato que tínhamos com a Cogumelo.

SOURCE – Devido ao relançamento de Phantasmagoria, podem acontecer algum show comemorativo para marcar a data?

Vladimir Korg (Vocals) – Não acredito. Os membros estão envolvidos com outras coisas. Um show do The Mist acarretaria muito foco nos shows, nos ensaios e nem sabemos se ainda sabemos tocar juntos. Acredito que não há combustível para mover o The Mist para um palco. Acredito na relevância do trabalho do The Mist para a história do metal brasileiro e não acho viável arriscar toda essa história em algo que sabemos que não levaremos adiante. É muito confortável você se sentar em um nome que você fez ha 20 ou 30 anos atrás, mas e daí? O que você vai fazer com isto agora? Ocaso é um lugar muito triste para você se postar depois de tanto trabalho. Ele apaga sua história, suas lembranças da juventude e sua arte. Quando falo do The Mist me remeto aos álbuns que eu gravei e é bom frisar que eles continuaram e gravaram dois álbuns depois, que faz parte da história deles.

SOURCE – Unabomber Files não deixa de seu um super projeto. Quais as perpectivas de futuro para o Unabomber Files?

Vladimir Korg (Vocals) – Nossa perspectiva agora é gravar mais cinco musicas pro “The Enemy of my Enemy is my Bestfriend”. Fazer a divulgação e rir bastante. O que vier depois é para se pensar depois. Temos alguns convites para tocar e temos que bater as agenda com a grande tour do Sepultura com o Testament e Kreator. Então se formos tocar este ano, vamos tocar com uns baixistas convidados.

SOURCE – Como foi feita a produção do vídeo Buried In My Bunker?

Vladimir Korg (Vocals) – Amigos, como sempre. A Toca Filmes se interessou e foi muito generosa em dar imagens à nossa música. Foi muito divertido e gostamos do resultado. Fizemos tudo em uma madrugada.

SOURCE – Atualmente é mais fácil manter uma banda que no início de sua carreira?

Vladimir Korg (Vocals) – Eu atualmente não tenho banda. Acho que desde que eu sai do The Mist não me preocupei em ter ou não uma banda. Sou um vocalista. Faço trabalhos com diversas bandas, umas nem se formataram totalmente como bandas como o NUT que foi quase como um coletivo com diversos músicos. O Chakal no início seria só o projeto Deadland, a banda se reconfigurou e gravei dois outros trabalhos com eles. O The Unabomber Files eu formei como um projeto ainda tocando no Chakal e não sei se configurará uma banda no sentido stricto sensu. Acho que buscar outros formatos para tocar, compor e se apresentar é um caminho interessante. Acho que o mais legal é você poder participar de pequenas revoluções do que sempre fazer o mesmo do mesmo para se manter em pé e poder dizer que ainda está na parada. Acho bacana algumas pessoas que acreditam nisso e levam isso a ferro e fogo. Gosto de tocar composições com texturas oitentistas e gosto de tentar experimentar outras coisas dentro das minhas limitações musicais, é claro.

SOURCE – Algo mais a ser acrescentado?

Vladimir Korg (Vocals) – Um abraço a todos e muito obrigado.

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